Carcavelos 2009 - Arménio Fidalgo

domingo, 20 de setembro de 2009

Clube de Reflexão Política A Linha: Tomar partido em Cascais

Caro Arménio,
O Clube de Reflexão Política A Linha, não podia deixar de te manifestar todo o apoio, tal como o fazemos com enorme orgulho e especial amizade, ao Manuel Mendes e saúdar a forma generosa como aceitaste encabeçar mais este díficil combate político.
Deixamos-te esta breve reflexão, que esperamos que possa esclarecer alguns dos indecisos.
Abraço amigo,
A Linha
www.clube-a-linha.blogspot.com

A diferença entre partidos políticos e classes sociais é a diferença entre a convicção e a propriedade material. Ou seja, se ter mais ou menos bens e rendimentos nos faz de classe alta, média ou baixa, pertencer a um partido é uma escolha que se pode fazer apenas pelo nosso pensamento e convicção sobre o que é melhor para nós e para todos.

Tomemos Cascais como exemplo. Para a maior parte das pessoas em Portugal, Cascais é uma zona luxuosa e requintada; mas, para quem conhece a realidade social, é isso e muitas outras coisas. Uma coisa é a opção turística, certeira, de «vender» Cascais como destino turístico caro; outra é a convicção política que tem de animar aqueles que governam Cascais para os que aqui vivem, não para os turistas que aqui gastam o que podem. Ora, em Cascais coexiste a grande riqueza e a pobreza extrema, e uma estratégia política tem de corresponder a ambas: manter a riqueza, diminuir a pobreza.

As apostas do PS, na qualificação das pessoas, na igualdade de oportunidades entre todos, na modernização dos diversos sectores da Economia, podem ser avaliadas de diferentes modos, mas pelo menos formam um conjunto de políticas coerentes, e no qual se articula o plano nacional com o nível das autarquias. Como tal, as propostas do PS dirigem-se a todos os que vivem e trabalham em Cascais, visando as diversas realidades que formam esta terra.

Por outro lado, quando olhamos para o poder constituído em Cascais (António Capucho), que estratégia de desenvolvimento vemos? Que propostas lhe conhecemos e que realizações podemos avaliar para aferir da sua credibilidade? Neste momento eleitoral a resposta é simples: conhecemos a sua aliança com o PP. Ora, compare-se os programas ideológicos de PP e PSD e tente-se encontrar coerência entre os dois... além de acusar de tudo o PS (claro!), nada os aproxima a não ser as vagas ameaças à dimensão social do sector público (que, quando governam, concretizam com muito empenho, diga-se).
É isso que os cidadãos e munícipes de Cascais vão apoiar?

Em caso afirmativo, quem governará Cascais não será uma força partidária, tal como tem aliás acontecido no passado, porque a coligação PSD/PP não tem coerência ideológica. Será, sim, uma classe, a dos que têm tudo o que querem e pretendem manter o status quo sem interferências. Preserve-se a Cascais rica, para agrado dos turistas, mantendo longe dos centros de decisão os que representam todos, ricos, remediados e pobres.
Em alternativa, o povo de Cascais pode procurar se há alguma força política com um projecto próprio, ao serviço de todos e não apenas de algumas classes e clientelas. E poderá apoiar o PS para ter o poder da comunidade ao serviço de todos. É que as possibilidades económicas podem condicionar-nos, mas em política somos livres para decidir. Resta saber se para alguns ou para todos.

Clube de Reflexão Política A Linha

2 comentários:

Paulo da Costa Ferreira disse...

Muito bem! Penso que este artigo merece maior divulgação para lá da internet.

Jorge Lopes (Sassoeiros) disse...

A coligação é uma fraude política.
É o exemplo acabado de que tudo vale em política desde que se vença.
Força Arménio
Acredito que é possível vencer